Cada um tem sua forma favorita de aproveitar um festival de cinema. Eu não faço questão de assistir a um filme que vai entrar em cartaz, como por exemplo o novo filme do Almodóvar. Para mim, a graça de um festival como o do Rio está em assistir aos filmes que não entrarão no circuito comercial. Portanto, nessa lista você não vai encontrar certos filmes como Emilia Pérez ou The Seed of the Sacred Fig.
Essa lista foi feita pensando nesse critério de “oportunidade única para ver o filme no cinema”, e em outro critério, mais elementar: meu conhecimento acerca do histórico de realizações do diretor/diretora.
Resumindo: estes são os filmes que pretendo assistir no Festival do Rio. Vamos lá:
Viet e Nam, de Truong Minh Quý
Gosto muito do 2º longa do vietnamita Truong Minh Quý, o filme “The Tree House”. A forma como ele articulou elementos do sci-fi e do documentário para abordar questões cosmológicas nativas do Vietnã me cativou, e estou ansioso para conferir seu último trabalho.
Architecton, de Victor Kossakovsky
Victor Kossakovsky tem realizado filmes delicados mas pungentes sobre a condição ambiental no antropoceno. Em seu novo filme, Victor reflete sobre a ascensão e queda das civilizações a partir da relação entre a arquitetura e o meio-ambiente.
Juventude: Tempos Difíceis e Juventude: De Volta ao Lar - dois filmes de Wang Bing
Um dos documentaristas mais brilhantes e destemidos do cinema atual, Wang Bing apresenta a realidade chinesa que o governo chinês busca ocultar. “Juventude: Tempos Difíceis” e “Juventude: De Volta ao Lar” compõem os 2 últimos filmes de sua trilogia sobre a juventude chinesa.
A Queda do Céu, de Erik Rocha
Dirigido por Eryk Rocha, o filme acompanha o ritual Reahu, que mobiliza o povo Yanomami num esforço coletivo para evitar a “queda do céu” - na cosmologia Yanomami, o colapso de seu mundo. Exibido na Quinzena dos Realizadores em Cannes.
Los Hiperbóreos, de Cristóbal León e Joaquín Cociña
A dupla de diretores Cristóbal León e Joaquín Cociña assombraram o mundo em 2018 com “La Casa Lobo”, um filme deslumbrante e perturbador sobre um episódio horrível da história chilena. Eles estão de volta com Los Hiperbóreos, um novo delírio experimental dos realizadores.
Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa
Após o retumbante “Democracia em Vertigem”, Petra Costa retorna suas lentes para a situação político-social no Brasil. Seu último filme investiga a crescente influência dos líderes evangélicos na política brasileira. Exibido no Festival de Veneza 2024 e agora no Festival do Rio.
Manas, de Marianna Brennand
Vencedor do prestigiado prêmio Giornate degli Autori em Veneza 2024, Manas explora as relações sociais em uma comunidade ribeirinha pelo ponto de vista da protagonista Marcielle, uma menina de 13 anos. Dirigido por Marianna Brennand.
O Fim, de Joshua Oppenheimer
Joshua Oppenheimer é o diretor de dois documentários que marcaram minha trajetória cinéfila (“The Look of Silence” e “The Act of Killing”), pelo poder das imagens e pela criatividade de suas premissas. E agora ele me faz um musical com a Tilda Swinton? Eu não perco isso.
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