Já estamos em agosto. Sete meses em 2024 já se passaram. Chegou a hora de compartilhar com vocês os meus cinco filmes favoritos do ano até agora. Vamos a lista:
Estranho Caminho, de Guto Parente
Mario Quintana disse: “e o poeta, quanto mais individual, mais universal”. Estranho Caminho é tão pessoal que sentimos a presença do diretor nas cenas, e por isso nos relacionamos tão profundamente com sua obra - pois que o mais íntimo sempre diz respeito ao que há de mais essencial no ser humano. Lindíssimo.
Critical Zone, de Ali Ahmadzadeh
O que a imagem nos mostra é distinto do que a cena nos diz. Em Critical Zone, o principal está nas entrelinhas. Um grande exemplo do poder do cinema em expor o invisível a partir do que se dá as vistas, e de transparecer o horror a partir do cômico. Cinema “stoner” iraniano: inusitado, catártico e subversivo.
Last Things, de Deborah Stratman
Do documental ao experimental, Last Things é uma jornada lírica e sensorial, que nos leva da origem mineral da vida na Terra até o possível fim da vida humana. Um filme para contemplar a beleza do grande mistério: o fato de haver vida ao invés do nada. Somos o mais improvável.
Ervas Secas, de Nuri Bilge Ceylan
A precisão cirúrgica na manipulação da linguagem. Cada mínimo movimento (dos atores, da câmera) é gigante em sua expressividade. Uma economia rigorosa dos meios formais que conduz à apoteose dramática. Uma aula de cinema narrativo, e a “cena do beijo” é o ápice da encenação.
Não Espere Muito do Fim do Mundo, de Radu Jude
A hipocrisia e a violência intrínsecas ao modelo capitalista são desnudadas em cenas despretensiosas mas primorosas em gerar desconforto e constrangimento no espectador. Dá vergonha de não sermos revolucionários. A cena final, simples e virtuosa, é uma convocação.
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Onde Assistir aos Filmes:
Ervas Secas – Telecine
Não Espere Muito do Fim do Mundo – Mubi
Estranho Caminho – Em Cartaz nos Cinemas
Critical Zone – Internet
Lost Things - Internet
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