Um filme pequeno em sua duração (apenas uma hora), mas grandioso em sua temática e na história real de vida das personagens.
O filme, cujo título é um dos maiores que já encontrei, conta a história de Masao Adiche e May Shigenobu. Uma história real e muito impressionante.
Masao Adiche foi um renomado diretor de cinema cult no Japão, famoso na década de 60, que simplesmente largou o cinema para participar do grupo comunista “Exército Vermelho Japonês”, uma guerrilha exilada do Japão e que encontrou acolhimento na Frente Popular de libertação da Palestina, na Líbia.
May Shigenobu é a filha de Fusako Shigenobu, líder do exército vermelho japonês na Líbia. No filme, May nos conta sobre sua infância em Beirut, sobre a constituição de sua identidade, e de como foi crescer sem mesmo saber qual era seu sobrenome. Uma infância e adolescência repleta de segredos, omissões e mentiras, para que nunca suspeitassem de seu parentesco, para assim não comprometer a vida de sua mãe, perseguida por ser a líder da guerrilha japonesa.
Ao longo de seus relatos, vamos entendendo a proximidade entre os protagonistas, que por um período de tempo chegaram a viver juntos em Beirut.
O filme é bem único, uma espécie de ensaio documental, narrado pelos dois protagonistas. Uma incrível jornada acerca das forças revolucionárias que uniram palestinos e japoneses. Um relato sensível e poético sobre a paixão pelo cinema, e pela convicção de que a sétima arte é uma arte política, acima de tudo.
L'anabase de May et Fusako Shigenobu, Masao Adachi et 27 années sans images
Direção e Roteiro: Eric Baudelaire
França - 2011 - 1h 06min
Avaliação:
3,5/5
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