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Foto do escritorJoão Marcos Albuquerque

Abaixo o Patriarcado! Cinco Filmes Anti-machistas Na Mostra de São Paulo Dirigidos por Mulheres

Atualizado: 6 de out. de 2022

O feminismo vem ganhando cada vez mais força no mundo do cinema. E a Mostra de Cinema de São Paulo fez sua parte. Trazendo filmes que abordam relacionamentos abusivos, machismo estrutural, conservadorismo e opressão sexual, separamos cinco filmaços da programação que são dirigidos por mulheres, e que você precisa assistir.



Coisas Verdadeiras, de Harry Wootliff


Um dos filmes mais feministas do festival. Através de escolhas estéticas que têm como efeito a quebra da barreira entre o que é real e o que é imaginação, a diretora Harry Wootliff cria uma narrativa poderosa sobre relacionamento abusivo e gaslighting. Afinal, a protagonista está inventando uma realidade que não existe ou está percebendo as coisas como elas realmente são?


Sinopse: Kate leva uma vida apática, até o momento em que a oportunidade de sexo casual com um desconhecido por quem se sente atraída a desperta. Apaixonada, ela embarca numa aventura perigosa.


Exibido nos festivais de Veneza e Toronto.



Medusa, de Anitta Rocha da Silveira


Com muita imaginação e momentos de surrealismo, Medusa irá articular as relações entre conservadorismo, fundamentalismo religioso e patriarcado, num filme catártico sobre a violência diária sofrida pelas mulheres brasileiras.


Há muitos e muitos anos, a bela Medusa foi severamente punida por Atena, a deusa virgem, por não ser mais pura. Hoje, a jovem Mariana pertence a um mundo em que deve se esforçar ao máximo para manter a aparência de uma mulher perfeita. Para não caírem em tentação, ela e suas amigas se esforçam ao máximo para controlar tudo e todas à sua volta. Porém, há de chegar o dia em que a vontade de gritar será mais forte.


Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.



Unclenching the Fists, de Kira Kovalenko


Uma das joias da Mostra deste ano, o filme foi vencedor do Un Certain Regard, no Festival de Cannes – premiação que destaca os talentos emergentes e inovadores. Unclenching the Fists é um filme literal. Aqui, o patriarcado é representado em sua manifestação física, material, aprisionando nossa jovem protagonista em suas amarras. Sentimos na pele a falta de liberdade e a claustrofobia social que assolam a protagonista em todas relações que ela estabelece com os homens no filme.


Sinopse: No alto das montanhas da Ossétia do Norte, na Rússia, está a cidadezinha mineira de Mizur. Após acontecimentos traumáticos, Zaur se muda para lá com os filhos, Ada, Akim e Dakko. Zaur é severo e impõe uma disciplina que não vê diferença entre cuidado e superproteção. Akim, o filho mais velho, fugiu para trabalhar em Rostov, a cidade mais próxima dali. Seu irmão mais novo, Dakko, ainda não sabe o que quer da vida, enquanto a irmã, Ada, planeja escapar desse ambiente. Embora seja uma mulher adulta, seu pai a trata como uma criança. Ela logo percebe que será muito difícil se desvencilhar dos laços paternos para começar sua própria vida. Porém, o retorno de Akim fará emergir os traumas silenciosos e as feridas abertas dessa família.



Titane, de Julia Ducournau


O filme vencedor da Palma de Ouro em 2021 é dirigido pela Julia Ducournau, cineasta que já estremeceu o cenário cinematográfico com seu primeiro longa sobre canibalismo e desejo reprimido, Raw. Em Titane, Julia vai trabalhar questões como a heteronormatividade tóxica, a fluidez de gênero e uma paternidade fora do convencional.


Sinopse: Um jovem com o rosto ferido é descoberto em um aeroporto. Ele afirma se chamar Adrien Legrand —mesmo nome de uma criança que desapareceu há dez anos. No momento em que ele finalmente reencontra o pai, terríveis assassinatos se acumulam na região.



Yuni, de Kamila Andini


Yuni foi um dos filmes favoritos do público no Festival de Toronto, e vai deixar sua marca nos corações brasileiros. Sobre uma jovem mulher dividida entre as convenções sociais maschistas e seu desejo de viver a vida livre das normas opressoras.


Sinopse: Yuni é uma adolescente com grandes sonhos. Até que um dia um homem que ela mal conhece a pede em casamento. A garota rejeita a proposta e se torna o foco das atenções do lugar onde mora. Logo, chega um segundo pedido. Porém, existe uma questão dessa vez: um mito local diz que se você rejeitar mais de duas propostas, nunca se casará. Enfrentando toda essa pressão, Yuni encontra refúgio no relacionamento com Yoga, um menino tímido de sua escola, e num poema da aula de literatura contado por seu professor favorito, Pak Damar. Até que Pak se torna o terceiro a lhe propor casamento. Yuni se vê com duas opções nas mãos: fugir com Yoga ou se casar com Pak Damar. Ambas as opções parecem um bom negócio.





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