O Plano-sequência é uma técnica audiovisual em que uma cena é apresentada sem cortes. E existem filmes que são inteiramente um único plano-sequência, ou seja, o filme todo é filmado de uma só vez, sem cortes! Pois é. Se alguém erra uma fala no meio do filme, há apenas duas possibilidades: improvisar ou começar tudo novamente.
Há filmes que criam a ilusão de que não houve cortes – de que tudo foi feito em apenas um take. O exemplo mais famoso é “1917”. Neste filme, a edição trabalhou para criar a impressão de que o filme é um único e longo plano-sequência. Mas em “1917”, assim como em “Birdman”, houveram cortes. Portanto, podemos dizer que são um “falso” plano-sequência.
Aqui eu selecionei apenas filmes que são verdadeiros planos-sequências – filmes que foram inteiramente filmados sem corte, em um único take. E que são bons, muito bons. Afinal, não adianta ser um filme em plano-sequência e ser uma porcaria – acreditem, já vi alguns bem fraquinhos.
Selecionei apenas longa-metragens.
Vamos a lista:
Blindsone (2018)
Direção: Tuva Novotny
Um filme tão poderoso que permanece com você por alguns dias. Blindsone acompanha uma noite traumática na vida de uma família norueguesa, que tem suas estruturas demolidas devido a um acontecimento inesperado.
Dois Minutos Além do Infinito (2020)
Direção: Junta Yamaguchi
O filme de viagem no tempo mais impressionante que já assisti. Para derreter o cérebro e te deixar incrédulo, pensando: "Como que eles fizeram isso?" Só de começar a imaginar, você já vai ficar cansado. É genial.
Victoria (2015)
Direção: Sebastian Schipper
Imaginem um filme de assalto ao banco inteiramente em plano-sequência? É uma experiência completamente nova no gênero. E que experiência! Muita anfetamina e decisões irreversíveis numa noite alucinante em Berlim.
Timecode (2000)
Direção: Mike Figgis
Começa presunçoso, depois vira uma sátira de Hollywood, para depois transformar-se numa sátira de si mesmo. Quatro planos-sequências ao mesmo tempo - um exercício técnico louvável.
Arca Russa (2002)
Direção: Aleksandr Sokurov
Imponente e majestoso, "Arca Russa" é um deslumbrante passeio por 300 anos de história da Rússia. Filmado inteiramente no Museu Hermitage (que visitei por influência deste filme), tem a participação coreografada de 2 mil atores e atrizes.
Boiling Point (2021)
Direção: Philip Barantini
Vivemos na sociedade do burnout. E Boiling Point retrata isso de maneira frenética e exemplar. Sobre uma noite estressante num restaurante luxuoso em Londres, onde a correria do dia a dia atropela a sanidade dos trabalhadores.
Utoya (2018)
Direção: Erick Poppe
Sufocante do início ao fim, o filme é sobre o atentado terrorista que ocorreu na ilha de Utoya, na Noruega, onde 77 pessoas foram assassinadas. Acompanhamos o desespero dos jovens por 72 minutos, tempo que durou o atentado. A sensação de vulnerabilidade é muito angustiante.
Lost in London (2017)
Direção: Woody Harrelson
O que dizer de um filme que, enquanto era filmado, era exibido, ao vivo, em mais de 500 salas de cinema? Só por isso já é um marco. Mas o filme ainda é bom. Engraçado,
cativante e cheio de referências, é a estreia do Woody Harrelson na direção. Tirou onda.
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