O Festival do Rio terminou oficialmente hoje, dia 19 de Outubro. Ao todo, assisti à 14 filmes da programação. Foram eles:
Nossa Senhora da Loja do Chinês (Ery Claver); Regra 34 (Julia Murat); Vítima (Michal Blasko); Love Life (Kôji Fukada); Solmatalua (Rodrigo Ribeiro-Andrade); Autobiography (Makbul Mubarak); Mantícora (Carlos Vermut); Close (Lukas Dhont); Return to Seoul (Davy Chou); Holy Spider (Ali Abbasi); Nanny (Nikyatu Jusu); Corsage (Marie Kreutzer); Walk Up (Hong Sang-soo); Blue Jean (Georgia Oakley).
Dentre todos estes filmes, destaco meus favoritos. Segue lista abaixo:
Return to Seoul, de Davy Chou
Meu filme favorito do Festival é também um dos meus favoritos em todo o ano. Uma epopeia contemporânea sobre identidade, pertencimento e família, Return to Seul se reinventa a cada ato com extrema criatividade. E a atuação da Park Ji-Min, uau, de tirar o fôlego. Obra-prima!
Walk Up, de Hong Sang-soo
Um filme de diálogos cativantes e sinceros, como de costume na filmografia do mestre Hong Sang-soo. Walk Up é uma delícia, repleto de conversas com teor autobiográfico sobre as dificuldades de se fazer cinema, sobre fama, família, amores perdidos e encontrados.
Regra 34, de Júlia Murat
A expectativa era grande, afinal, o filme venceu o Festival de Locarno esse ano. E a expectativa foi superada. Julia Murat é corajosa, viu? Articulando racismo e BDSM, o filme vai avançando em terreno cada vez mais perigoso. Mas é assim que se ganha prêmio -se arriscando. O mesmo vale pra atuação destemida de Sol Miranda. Palmas!
Mantícora, de Carlos Vermut
A grande surpresa do festival. Fiquei embasbacado do início ao fim. Um filme audacioso na temática, lembrando os personagens de Almodóvar, com seus desejos obscuros, e uma encenação que remete às últimas obras de Cronenberg. Filmaço.
Love Life, de Kôji Fukada
É um filme estranho, de propósito e no bom sentido. O estranhamento surge não dos aspectos formais, mas da narrativa. Os personagens, as situações, enfim, são esquisitas. E é aqui que reside o charme desse filme, que vai trabalhar a relação entre o luto e a vida amorosa de forma original. Estranhamente marcante.
Autobiography, de Makbul Mubarak
A luta de classes em uma sociedade marcada por uma das ditaduras militares recentes mais sangrentas é o fio condutor do filme. Acompanhamos o amadurecer do jovem protagonista, através de suas desilusões e tomadas de consciência, até o surpreendente desfecho final. Brabo.
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