top of page

Misericórdia (2024) - Crítica

Foto do escritor: João Marcos AlbuquerqueJoão Marcos Albuquerque

Todo mundo quer transar com (quase) todo mundo nos filmes do Guiraudie. Aqui é assim mais uma vez. Sem preconceitos de idade ou de gênero ou de qualquer outro tipo. Eu acho isso bonito.


Surrealista, o filme faz comédia com pequenos absurdos que vão criando um tom a fantasioso, até se assumir de vez como uma comédia do absurdo.


Personagens em nada maniqueístas, já que podem demonstrar um coração infinito e ao mesmo tempo uma perversidade sinistra. Aliás, outra característica dos filmes do Guiraudie: essa imbricação do cômico num absurdo surreal e deveras perverso, em personagens complexos que mostram ternura e malignidade na mesma medida - os dois espectros nos quais escoa o desejo. 


E há cenas de muita beleza, quando as discussões acerca da moralidade saem do consensual e tornam-se discussões éticas, dando brecha para discussões acerca do amor e até mesmo do fim da humanidade, em meio ao que, em circunstâncias moralistas, seria considerado apenas insólito. Guiraudie abre brechas no insólito.

Comentarios


© Filmes Cuti 2022 - Criado por João Marcos Albuquerque

  • Branca Ícone Instagram
bottom of page