Maio se foi. Trinta e três filmes assistidos. Em sua maioria, filmes da Nouvelle Vague Taiwanesa, já que este é o tema do cineclube que se iniciou em maio e termina em junho. E que sorte é poder realizar o cineclube. Tive o imenso prazer de revisitar e de descobrir novos filmes nas filmografias de Edward Yang, Hou Hsiao-Hsien e Tsai Ming-liang. Coisa linda. Que venha junho.
E agora, vamos a lista:
Flores de Xangai, de Hou Hsiao-Hsien
Um dos filmes mais bonitos que já assisti. Adjetivos como "suntuoso" e "opulento" não são qualificativos exagerados para descrever o visual deslumbrante deste filme, que retrata os bordéis de luxo em Xangai do século XIX. Prepare-se para uma experiência inebriante.
O Medo Devora a Alma, de Rainer Werner Fassbinder
Um filme extremamente corajoso ao abordar a gerontofilia e ao fazer poderosas críticas à sociedade alemã e seus problemas com racismo, xenofobia e etarismo. Mas não pense que a ênfase do filme recai no sofrimento advindo destas questões. A palavra de ordem aqui é amor.
Blow-Up, de Michelangelo Antonioni
O primeiro filme em inglês de Antonioni é um suspense investigativo enigmático, onde o protagonista acredita ter captado, em suas fotos, um assassinato. Contudo, quanto mais ele manipula suas imagens na busca de evidências, mais afundo ele adentra em um labirinto sem muros.
O Buraco, de Tsai Ming-Liang
Uma comédia dramática musical sci-fi, ou um filme indescritível, como de costume na filmografia do gênio Tsai Ming-Liang. O Buraco é profético, antecipando a pandemia e o isolamento social. Nesta distopia, os sintomas mais graves transformam humanos em baratas.
De Humani Corporis Fabrica, de Verena Paravel e Lucien Castaing-Taylor
A experiência mais visceral que tive com um filme este ano, tanto no sentido figurado quanto literal. O filme, a grosso modo, é um compilado de vídeos de procedimentos médicos operatórios. É muito difícil de encarar. Mas ao final, arecompensa é estranhamente filosófica.
Comments